Expandir a área de atuação da empresa, conquistar novos clientes e divulgar seus produtos em outros países é um desejo de sua gestão? Então, você precisa aprender como exportar produtos. O trabalho de exportação é bem específico, tem uma série de detalhes importantes para que a operação dê certo e traz inúmeros benefícios para o exportador.
Quem não sabe por onde começar vai encontrar neste guia as principais informações básicas sobre o tema. Apresentaremos respostas aos principais questionamentos dos empresários sobre o setor, tais como o que fazer para começar a exportar, como se organizar, quais são os passos para iniciar o processo de exportação, como escolher produtos, regras do segmento e tipos de exportação.
Está considerando a exportação como alternativa para seu negócio? Então, não deixe de conferir as informações deste artigo!
Por que exportar?
A internacionalização de empresas é um passo importante para o crescimento do negócio, trazendo consigo inúmeras vantagens. Separamos os principais ganhos que a atividade exportadora incorpora em seu negócio, veja a seguir!
Mais produtividade
Quem exporta aumenta a escala de produção porque vende mais. Com isso, o aproveitamento da capacidade ociosa da empresa é otimizado, permitindo uma produção maior, mais investimentos em aprimorar o potencial produtivo e melhor correlação entre o custo de produção e o preço final. Com isso o negócio se torna mais produtivo e rentável!
Menos impostos
A carga tributária nacional é um problema para os empresários e reduzi-la é uma das grandes vantagens de se tornar um exportador. Quem exporta colhe uma série de benefícios sob o ponto de vista fiscal, que são:
- não incidência de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens exportados;
- não incidência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para exportação de produtos industrializados, semielaborados, produtos primários e também na prestação de serviço;
- as receitas de exportação são excluídas da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e não sofrem cobrança de contribuições do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
- as operações de câmbio vinculadas à exportação de bens e serviços têm o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com alíquota zerada.
Mais dinamismo
Quem exporta consegue lidar melhor com cenários instáveis, pois tem mais de uma fonte de renda e mais de um mercado para vender. Com essa diversificação de mercados, a empresa consegue depender menos do resultado de vendas internas e sobrevive melhor às oscilações da economia nacional.
Mais inovação
Empresas exportadoras acompanham o ritmo competitivo do mercado global. Com isso, investem mais em inovação em seus produtos, processos produtivos e adotam mais normas internacionais. A atração de clientes estrangeiros depende de uma mentalidade inovadora, que é extremamente benéfica para o desenvolvimento da empresa.
Melhores opções de financiamento
Exportadores conseguem opções diferenciadas para financiamento, como o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e o Adiantamento sobre Cambiais de Exportação (ACE). Essas opções de crédito antecipam recebíveis antes mesmo do início da produção, com taxas de juros mais vantajosas que outras opções de antecipação de recebíveis voltadas para o mercado interno.
Mais competitividade
A atividade exportadora atrai bons negócios para a empresa. Quando o negócio fica conhecido por sua atividade internacional, as negociações, até mesmo no mercado interno, levam em conta essa reputação.
Empresas com atuação internacional também atraem talentos porque oferecem salários e oportunidades de treinamento diferenciadas. Bons funcionários aumentam a produtividade e tornam a empresa ainda mais competitiva.
O ambiente inovador e a constante melhora dos processos industriais e comerciais aumenta a qualidade dos produtos oferecidos. Com tudo isso, os contratos são cada vez mais precisos e os processos gerenciais mais eficientes. O ganho em competitividade é sentido em todas as áreas da empresa.
Como uma empresa pode começar a fazer exportação?
Como vimos, a exportação é um caminho mais eficaz para o crescimento, evitando a dependência do mercado interno. No mundo globalizado, considerar a exportação é uma necessidade estratégica. Veja a seguir como iniciar seus negócios na exportação!
Assuma o modelo de negócios de um exportador
Antes mesmo de considerar o início das exportações, é importante levar em conta a profissionalização da atividade. O mercado internacional é muito competitivo, o que traz inúmeras oportunidades mas também requer uma atuação focada.
A exportação não pode ser encarada como uma atividade eventual. Uma vez que a empresa inicie a exportação, deve encarar o empreendimento como parte de suas vendas, a fim de se consolidar internacionalmente. A meta é ter sempre negócios internacionais, não apenas quando o mercado interno é desfavorável.
A organização da produção e da logística devem acontecer antes mesmo de fechar a primeira venda. Quando o contrato for firmado, a empresa deverá ter certeza absoluta de sua capacidade de atendimento à demanda estrangeira, planejando de antemão vendas regulares para o exterior.
Além disso é importante não esquecer de aplicar as regras dos impostos de exportação para os produtos e serviços ofertados. A redução do custo final é o que garante a competitividade da empresa na oferta.
Encarar as possibilidades de vendas para o exterior com muita seriedade também aumenta o potencial de escalada das exportações. Responder a todos os orçamentos, mesmo que a venda não se concretize, é essencial para ganhar habilidade e também conhecer o mercado estrangeiro.
Quais os melhores produtos para exportar?
Agora que você já revisou sua operação e resolveu que a exportação é mesmo um bom caminho para a empresa, pode estar pensando sobre os produtos para exportar. Essa é uma dúvida muito importante. Afinal de contas, o que oferecer para o mercado estrangeiro?
A melhor recomendação para a escolha do produto é selecionar dentro da produção que já existe. Quais são os itens com maior qualidade, custo-benefício e demanda em sua empresa? Invista naqueles em que sua expertise já é consolidada pelas vendas no mercado nacional.
Depois de encontrar seus produtos vencedores, olhe para o mercado internacional. Identifique países onde seus produtos são interessantes, seja por não existir produção local ou por algum diferencial em sua produção.
A vantagem de operar internacionalmente é a grande diversidade de perfis de compra. Cada região terá interesses distintos, tanto em termos de produtos quanto em tipos de contratação. Explore todas as possibilidades e faça uma detalhada pesquisa de mercado para analisar as potenciais demandas.
Quando possíveis compradores são identificados, é importante olhar novamente para a concorrência. Seu preço é competitivo? Suas condições de compra são interessantes para o importador? A distribuição é muito complicada? Faça um exercício de testar a realidade da venda antes mesmo de prospectar clientes. Projete todos os cenários, crie soluções para problemas comuns e planos de contingência para não ser pego desprevenido.
Depois de encontrar o produto perfeito e os possíveis mercados, é a hora de testar suas possibilidades de vendas. Contatar possíveis compradores, apresentar a empresa e fornecer seus catálogos, apresentações e cotações.
Quais as normas e legislações para exportar?
Quem deseja exportar estará sujeito a uma série de normas nacionais e internacionais que tratam da exportação de produtos. As normas internas são criadas pelo Governo Federal, seja pelo legislativo ou então administrativamente, por meio da Secretaria de Comércio Exterior e pela Receita Federal do Brasil.
É importante ressaltar que as normas aplicáveis vão incluir também a legislação cabível aos produtos que serão exportados, sejam normas técnicas, regulamentações sanitárias e outras medidas específicas. Por isso mesmo é essencial consultar o que vale para cada produto que se pretende exportar. Em alguns casos, há necessidade de preencher requisitos no mercado importador e as adaptações devem fazer parte do planejamento de exportação.
Internacionalmente, teremos as normas de grupos, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Câmara Internacional do Comércio (CCI), órgãos comunitários internacionais, como o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Comunidade da União Europeia, dentre outros acordos entre dois ou mais países.
A legislação de exportação que pode ser destacada, dentre as diversas existentes, é a seguinte:
- decreto 6.759/2009: trata das relações de comércio exterior, despacho aduaneiro e contratos internacionais;
- instrução normativa RFB 948/2009: regulamenta os benefícios de IPI para empresas exportadoras;
- decreto 1.1578/1977: trata do imposto sobre exportação;
- acordos internacionais dos quais o Brasil é parte;
- legislação do comércio exterior.
Quais as diferenças entre exportação direta e indireta?
Para exportar produtos é possível fazer a operação por exportação direta e indireta. Veja a seguir como funciona cada modalidade!
Exportação direta
Nessa operação, o produto é faturado pelo fabricante diretamente para o importador. Quem deseja exportar diretamente deve ser muito preparado para lidar com o processo de exportação, pois fará tudo por conta própria. Usar um agente comercial não necessariamente descaracteriza a exportação direta, pois o que define a operação assim é o faturamento.
Na exportação direta há isenção de IPI, não-incidência de ICMS e obtenção de créditos fiscais sobre os insumos do processo produtivo. Por tais motivos algumas empresas operam a exportação direta, que apresenta uma carga tributária menor.
Exportação indireta
A exportação indireta é realizada com o apoio de um intermediador, que faz a compra dos produtos fabricados no Brasil para revenda no mercado internacional. Quando a venda é feita para uma exportadora, a fabricante não participará da comercialização externa, nem de todo o processo logístico necessário para concluir o negócio.
Quem não tem experiência em exportação ou não sabe a demanda em certos mercados pode aproveitar a intermediação de exportadoras para iniciar as vendas internacionais. Os perfis mais comuns de empresas que atuam no ramo são:
- trading companies, que são empresas criadas com o propósito de revenda internacional, cujo tratamento tributário das operações é semelhante a uma exportação;
- empresas que trabalham apenas com distribuição internacional e exportação;
- empresas que revendem no mercado interno e também no mercado estrangeiro;
- consórcios de exportação, que é uma associação de empresas que se reúne para compartilhar a estrutura de exportação para vender conjuntamente seus produtos no mercado estrangeiro. Podem reunir várias empresas de segmentos diferentes, concorrentes e até mesmo empresas que oferecem itens complementares. A atuação do consórcio pode ser para expansão, venda em países ou regiões específicas ou atendimento dos mesmos clientes.
Aumentar as vendas da empresa pode ser uma tarefa complicada quando se conta apenas com o mercado nacional. Por isso, investir em exportar produtos amplia os horizontes, permitindo aproveitar novas oportunidades de negócio mesmo em ambientes menos favoráveis no cenário interno.
Aprender como funciona o processo para exportar produtos é importante para que sua empresa possa tomar os passos rumo ao objetivo final. No entanto, não se deve perder de vista que para importar e exportar é sempre interessante contar com uma assessoria especializada em comércio exterior. Com isso sua empresa mantém o foco nas vendas, enquanto é assessorada nos detalhes da operação, com melhores resultados e menor custo-benefício.
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